Analisando o texto de Maria Christina Barbosa de Almeida, «Bibliotecas,Arquivos e Museus: convergências», finalmente encontro uma abordagem às
dificuldades que tenho sentido neste percurso que iniciei em dezembro de 2014,
ao aceitar o desafio de organizar o Centro de Documentação do Museu do Design e
da Moda.
Um Centro de Documentação pode ser percecionado como uma
biblioteca especializada ou como um híbrido, uma espécie de unidade de
informação que nem é "somente" biblioteca nem arquivo. Para mim é uma biblioteca
especializada, mas, situando-se a sua estrutura física e a sua missão numa
instituição maior, também ela com uma estrutura física com especificidades e
uma missão que têm de se articular mutuamente com aquela que aí está aninhada,
penso que será mais lógico assumir a designação de Centro de Documentação, ou
até, na senda das mais recentes alterações na minha área de trabalho, um Centro
de Informação e Documentação.
As diferenças que um profissional que aqui trabalhe vai
encontrando são muitas ao comparar o seu dia a dia com as tarefas que
usualmente realizamos numa biblioteca, por exemplo uma biblioteca escolar (onde
fui técnica desde 2008 a 2014). Mas o principal é tentar adequar o seu trabalho
ao de outros profissionais do museu: o denominado museólogo encara como
"pessoa diferente" o colega que está ligado à "organização e arrumação
dos livros e revistas". A "postura
corporativa [...] dificulta projetos cooperativos", como define M.
Christina B. Almeida. Na minha opinião, embora não se trate de entidades separadas fisicamente, se a minha unidade de trabalho se insere
dentro de outra mais vasta, como o museu, será sempre essencial a cooperação, a
partir de trabalhos interdisdiplinares e de projetos conjuntos e
complementares.
Neste ponto somente posso avançar com a seguinte conclusão:
é necessária uma mudança de mentalidade.
Maria Conceição Toscano
ALMEIDA, Maria Christina Barbosa de - «Bibliotecas, Arquivos
e Museus: convergências». In Revista
Conhecimento em Ação, Rio de Janeiro, v. 1, nº1, jan/jun, 2006, pp.162-185