domingo, 21 de agosto de 2016

Bibliotecas em Museus: o trabalho possível



Analisando o texto de Maria Christina Barbosa de Almeida, «Bibliotecas,Arquivos e Museus: convergências», finalmente encontro uma abordagem às dificuldades que tenho sentido neste percurso que iniciei em dezembro de 2014, ao aceitar o desafio de organizar o Centro de Documentação do Museu do Design e da Moda.

Um Centro de Documentação pode ser percecionado como uma biblioteca especializada ou como um híbrido, uma espécie de unidade de informação que nem é "somente" biblioteca  nem arquivo. Para mim é uma biblioteca especializada, mas, situando-se a sua estrutura física e a sua missão numa instituição maior, também ela com uma estrutura física com especificidades e uma missão que têm de se articular mutuamente com aquela que aí está aninhada, penso que será mais lógico assumir a designação de Centro de Documentação, ou até, na senda das mais recentes alterações na minha área de trabalho, um Centro de Informação e Documentação.

As diferenças que um profissional que aqui trabalhe vai encontrando são muitas ao comparar o seu dia a dia com as tarefas que usualmente realizamos numa biblioteca, por exemplo uma biblioteca escolar (onde fui técnica desde 2008 a 2014). Mas o principal é tentar adequar o seu trabalho ao de outros profissionais do museu: o denominado museólogo encara como "pessoa diferente" o colega que está ligado à "organização e arrumação dos livros e revistas". A "postura corporativa [...] dificulta projetos cooperativos", como define M. Christina B. Almeida. Na minha opinião, embora não se trate de entidades separadas fisicamente, se a minha unidade de trabalho se insere dentro de outra mais vasta, como o museu, será sempre essencial a cooperação, a partir de trabalhos interdisdiplinares e de projetos conjuntos e complementares.

Neste ponto somente posso avançar com a seguinte conclusão: é necessária uma mudança de mentalidade.

Maria Conceição Toscano

ALMEIDA, Maria Christina Barbosa de - «Bibliotecas, Arquivos e Museus: convergências». In Revista Conhecimento em Ação, Rio de Janeiro, v. 1, nº1, jan/jun, 2006, pp.162-185

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

A fotografia - ferramenta de trabalho / património / memória



Excelente dia para retomar um percurso, um projeto de trabalho pessoal.

O valor da fotografia pode ser avaliado a partir de muitas perspetivas e sentidos:
- o que é transmitido pelo próprio documento, a um nível pessoal ou coletivo;
- como detentor de um relevo tal que possa ser considerada como tendo valor patrimonial;
- como fonte de estudo das várias ciências sociais, nomeadamente da história, da antropologia, da sociologia, etc.;
- como objeto de trabalho numa unidade de informação - arquivo, biblioteca especializada / centro de documentação, museu - como documento primário ou inserido em publicação, como este exemplo:

Fotografia do anúncio da Buhler, publicado no Boletim da FNIM, abril de 1965, importante para o estudo da Fábrica de Moagem do Caramujo, em Almada.

Estando de férias, e a planear leituras tendo em conta o início do ano letivo (para concluir os meus estudos complementares na área das ciências da Informação e da Documentação), pensei que devia reiniciar a escrita deste blogue onde tentarei transmitir os meus esforços para articular a museologia e o património (o meu mestrado em  estudos do património) e a biblioteconomia, o meu mundo de trabalho desde finais de 2008, primeiro numa biblioteca escolar e, desde finais de 2014, como responsável pelo Centro de Documentação do Museu do Design e da Moda. Aqui, tudo o que aprendi, a nível académico e profissional, tem sido indispensável para tentar concretizar este desafio.

Maria Conceição Toscano