O trabalho das tecedeiras, associado à actividade pastoril e que resistiu ao longo de séculos de evolução civilizacional devido ao isolamento dos lugares, pode ser apreciado num ambiente preservado na Oficina de tecelagem.
Os estudos efectuados pelos investigadores do CAM fomentaram a produção e a comercialização destas belíssimas mantas, que apresentam uma linguagem decorativa de motivos simples e geométricos. Segundo Susana Goméz Martínez, da direcção do CAM, os padrões são semelhantes às cerâmicas islâmicas do século XII.
A Cooperativa Oficina de Tecelagem de Mértola mantém vivos estes circuitos ancestrais, fabricando uma diversidade de produtos a partir das seguintes matérias-primas: lã (mantas, coadeiros, tapetes, alforges, meias, gorros, xailes, echarpes e »carinhosas»), linho (toalhas, naperons, panos lisos ou com orla bordada, panos de tabuleiro), algodão (os mesmos que produz com linho) e tecidos velhos reciclados.
Este ponto do percurso da nossa visita faz parte de um projecto amplo de musealização de Mértola. Através de um itinerário cultural a sua história e o seu património são revelados: de cidade portuária situada nas rotas comerciais do Mediterrâneo a Vila Museu.
Maria Conceição Toscano
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